Fãs de Surf no centro da atenção das marcas

 

No Brasil, poucos esportes podem chegar perto do futebol em popularidade, porém, isso não significa que outras modalidades não estejam aos poucos se aproximando do público. E uma das mais marcantes é o surf, como mostra um levantamento da YouGov, multinacional especialista em pesquisa de mercado on-line. Segundo a pesquisa, apenas 12% da população no Brasil acompanha ativamente os eventos e competições de surf. Nos últimos meses, a modalidade começou a atrair mais a atenção dos brasileiros.

De acordo com dados da YouGov BrandIndex, a World Surf League, uma das principais organizações mundiais do esporte, quase dobrou suas classificações de Atenção, Ad Awareness e Buzz entre 1 de janeiro e 16 de março deste ano. Embora suas métricas líquidas sejam relativamente baixas, a entidade está entre as 10 principais ligas e eventos esportivos, fora dos relacionados ao futebol, que mais cresceram nessas métricas nos primeiros meses de 2023.

A crescente popularidade da World Surf League é relevante porque os brasileiros que acompanham o esporte provaram ser consumidores valiosos, em termos de vontade de gastar, abertura a certas estratégias de marketing e fidelidade que têm pelas marcas. 66% dos fãs do surf afirmam que percebem consistentemente os patrocinadores de eventos esportivos, um número estatisticamente maior do que os 54% dos fãs de outras modalidades.

Os fãs do surf também são estatisticamente mais propensos a comprar produtos e serviços de marcas que patrocinam seus times e atletas favoritos (48%, contra 42% entre os fãs de outros esportes). Os amantes do surf também tendem a comprar produtos sem olhar o preço e pagam mais por itens de boa qualidade do que os fãs de outras modalidades. Além disso, e talvez muito mais importante, eles são mais propensos a dizer que são leais às marcas que gostam.

Fãs exigentes em questões de sustentabilidade, inclusão e diversidade

Ao mesmo tempo, os fãs do surf no Brasil podem ser consumidores particularmente exigentes, pois para esse nicho, é substancialmente mais importante que as marcas abordem questões de diversidade, inclusão e sustentabilidade do que para os adeptos de outras modalidades esportivas. Não apenas isso: 53% desses brasileiros dizem que deixariam de comprar produtos de uma marca se discordassem dela em uma questão controversa. Este número é estatisticamente maior do que entre os 50% dos torcedores de qualquer outro esporte.

Enquanto os brasileiros amantes do surf estariam mais dispostos a comprarem de marcas que patrocinam seus times e atletas favoritos, eles também têm mais probabilidade de sentir que merecem descontos especiais e promoções desses patrocinadores. Esses fãs também podem ter um funil de vendas muito mais extenso, especialmente com compras de grande porte. Isto porque oito em cada 10 fãs do surf no Brasil dizem que nunca fazem grandes compras sem estarem bem informados, em comparação com o 75% que diz o mesmo entre os fãs de qualquer outra modalidade esportiva.

Anúncios on-line, a forma mais eficaz de engajar os fãs do surf

Em termos gerais, as campanhas on-line parecem ser a forma mais eficaz de atrair a atenção dos seguidores desta modalidade esportiva, com 74% dizendo que notam este tipo de publicidade on-line. No entanto, outro canal muito eficaz parece ser a publicidade no transporte público, incluindo paradas de ônibus e os próprios ônibus, pois tendem a serem vistos por sete em cada 10 brasileiros deste nicho. Fortes resultados também parecem ser alcançados com campanhas em eventos.

Do outro lado da moeda, as campanhas menos eficazes para esse grupo de consumidores são os outdoors e outros métodos Out-Of-Home (OOH), já que só funcionam para três em cada 10 fãs do surf brasileiro. Também os anúncios de cinema e os correios tradicionais também são muito pouco efetivos para capturar esses consumidores, tendo apenas um efeito positivo em menos de 33% das ocasiões. Assim, para as marcas que procuram capitalizar a crescente popularidade do surfe no Brasil, as campanhas digitais ainda parecem ser o caminho a seguir.

Imagem: Canva