"Benção, Tché Yazo." é o nome da exposição da artista de Goiânia Hariel Revignet na Mitre Galeria, que fica em cartaz até o dia 25 de novembro, às 11h. "Danadinha! Que moça danada, essa Hariel Revignet - Foi a primeira coisa que exclamei quando entrei na galeria. Não houve conversa, interlocução ou imagens que me fizesse prever o que nos esperava ou o impacto das obras no espaço, suas pinturas-instalações, costuras-amarrações", conta a curadora, antropóloga e professora Ana Paula Alves Ribeiro.
"Algo que está presente em todas as obras desta exposição é o Zigida ou Sikida, símbolo de riqueza e sensualidade, arma de sedução, fio de contas que fica abaixo do umbigo das mulheres e atrai fertilidade. Vendido em mercados e fazendo parte de várias culturas africanas, o Zigida é também objeto ritual, cujo significado é passado de geração em geração, pelas mãos das mais velhas, e neste caso, da sua avó para a Hariel, a neta", completa Ana Paula.
Os Zigidas estão e seguem tecendo caminhos entre as obras, entre o Gabão (origem de Revignet) e o Brasil, entre avó e neta, na relação do pai com a filha, com a terra, entre outras maneiras de estar nos mundos. A solo aberta no sábado (21/10) na Mitre Galeria (BH/MG) é água fresca e cristalina, os cheiros familiares, o farfalhar das folhas, os ruídos dos mercados, um abraço quente e cuidadoso, todo amor e intimidade.
Formada em Arquitetura e Urbanismo pela UFG, Revignet é artista plástica com práticas autobiogeográficas. Seus trabalhos manifestam intersecções sociais a partir do feminismo negro com o foco decolonial afrodiásporico e ameríndio. Trabalha com poesia onírica, performances, colagens e costuras de elementos da natureza como forma de ritualística-tempo-espaços para ativar curas nos corpos astrais.
Serviço
Visitação: 24 out – 25 nov 2023
R. Tenente Brito Melo, 1217, Barro Preto, Belo Horizonte
Terça à sexta, 10h às 19h
Foto: Eduardo Eckenfels
Comentários
Postar um comentário